Archive for the ‘ceinca’ Category
Chico Xavier contra os Lactovacilos Vivos
Envelhecer com saúde é aprender a conferir nossos vocativos mais preciosos
– meu [amigo], meu [bem] – ao que mereça, de fato, nossa luz e atenção.
Mas, principalmente, é dar-se ao luxo e esperteza de escolher por quais
tipos de luz queremos ser iluminados.
É preservar. Não cometer o crime de tornar uma intimidade pública.
É aceitar desvios e demoras. O mal circula e reincinde em todas as coisas,
mas o melhor não tarda.
É não abrir mão da PUREZA.
É não temer os enganos. Sem engano não há ganho.
É construir e dissseminar uma POÉTICA. Seja você marceneiro, escriturário,
cozinheira ou dançarina.
É perder, feliz, todo o tempo do mundo com o que realmente importa.
risos
Me propus um exercício de insano-pureza há um mês: conjugar um verbo inteiro em algum tempo só com nomes de marcas e pessoas.
Pensei pensei pensei e no dia que olhei diferente pro chiclete TRIDENT resolvi fazer com o verbo RIR, um dos meus preferidos.
Aí fui procurar outras coisas que se encaixassem no IMPERATIVO AFIRMATIVO do verbo rir.
::
ri tu/
::
ria você/
::
riamos nós/
::
ride vós/
::
riam vocês.
::
Alguns nomes/marcas podem variar de pessoas também.
michael, eles não ligam pra gente
– Como vocês foram parar numa foto família com o Michael Jackson?
– Ah, num evento nos EUA…
– Como num evento nos EUA??? Que tipo de evento foi esse???
– É… um evento de uns amigos nos EUA…
– Mas que evento nos EUA foi esse pro Michael Jackson estar assim em família?
::constrangimento causado por perguntas demais::
Desenrolar do diálogo com uma informante, garçonete do restaurante:
– Qual é a história dessa foto? Conta pra gente.
– Ah, os parentes da minha patroa eram donos de uma empresa de buffet nos EUA e fizeram a festa de um médico famoso, que era médico do Seu Michael também…
– Pessoal importante, né?
– É, né, pra tirar uma foto co Seu Michael Jackson…
– É…
FESTA NO CANIL
Tem aqueles artistas que você gosta por uma música só, tem o disco mas só ouve uma música, virimexe volta a ele pra ouvir essa mesma música. E aí quando eles lançam disco novo você vai atrás de UMA música legal.
Foi assim com a música Factory, do primeiro disco da Martha Wainright, aquele que ela posa de Mariah Carey na capa:
Conheci a Martha porque curtia o CACHORRO do irmão dela. E como soube que ela vai fazer uma palhinha no show dele aqui, fui ouvir o último disco atrás da uma música legal que ela sempre me deve.
E dessa vez ela vacilou. Eu peço pouco, mas ela vacilou. Gostei de 50% de duas músicas: See Emily Play e Love is a stranger, que mesmo juntas não formariam uma música inteira decente.
Nem vale a pena ir atrás do disco porque é esquisitobrega, chato pra caralho. Não sei porque ela insiste em usar a voz, que é potente, na causa “cadela esganiçada”. Pra esganiçar também tem que saber. Taí o Herbert Vianna pra provar isso.
Marthinha, tu ficou me devendo essa.
A pessoa feliz não carrega o passado ladeira acima; prefere assisti-lo rolar até embaixo, sem se deixar levar pelo peso que abandona. Age no presente instintivamente, como um cachorro abanando o rabo. Não tem um museu, nem respeito por nada que não seja este instante – o resto simplesmente já foi. Seu papel na história é seguir adiante. A felicidade é assim: aconteceu.